terça-feira, 27 de agosto de 2019

Homens são como sapatos


Hoje me ocorreu um pensamento engraçado. Eu estava com o pensamento de “eu nem sei mais o que eu quero”, quando de repente me veio a percepção. Homens são como sapatos.

É sério. Eu sou louca por sapatos, mas a maioria das vezes eu escolho um e uso quase todo dia, e os outros 25 a 30 pares ficam lá esperando uma ocasião.

A questão e que quando eu era adolescente eu amava os altos e lindos. Quem não ama, né? Homens e sapatos. E eu tinha vários deles (sapatos, não homens lindos).

Eu cheguei ao ponto de ter uma anabela da Dakota tipo tamanco e eu ia para qualquer lugar com ela. Devia ter uns 9 cm de salto, mas como era anabela, não incomodava, então eu usava até pra ir no mercado.

Quando eu estava na faculdade eu queria ir com ela, e ás vezes ia. Mas as pessoas me olhavam estranho, todo mundo ia de rasteira ou de chinelo, e eu estava indo toda arrumada. Eu queria a liberdade de andar bagunçada, mas aquela não seria eu, então eu comecei a comprar umas plataformas da Dijean que pareciam um chinelo gigante. Meio sandália dos anos 70, mas era como andar de chinelo, só que mais arrumadinha.

Meus saltos de 10 cm deram lugar aos de 7 cm quando eu me formei e tinha que fazer entrevista, sempre de Scarpin, óbvio. Mas os meus eram estampados, de jornal, xadrez, com letras de revista... cada um mais lindo que o outro.

Depois de trabalhar em escritório e passar a ser professora de inglês, percebi muitas, mas muuuitas sapatilhas na minha vida. Até Crocks eu usei. Meu Deus!!!! Crocks!!! Calma, não era o modelo clássico.

Mas hoje voltei a trabalhar em escritório. Tenho 35 anos, um bom emprego, estou indo morar sozinha depois de idas e vindas e basicamente um divórcio sem nunca ter casado de verdade, e percebi que ainda tenho algumas sapatilhas, tenho algumas rasteiras, mas atualmente, o que me chama atenção quando compro sapatos são as linhas comfort.

Primeiro eu achava horríveis, coisas de vovó, mas depois eu percebi que elas são chiques e caras (muito caras), e que algumas não são do estilo vovó. São do estilo –eu hoje em dia- alguém que tem uma vida corrida, e que quer classe, mas acima de tudo conforto.

Hoje em dia eu compro saltos enormes de 10 cm, mas não tenho ocasião para usar, e quando uso para ir trabalhar, no dia seguinte tenho que ir de tênis, por que salto cansa e machuca.

Os altos e lindos me atraem, mas os efeito colaterais não compensam. Sim, tanto homens quanto sapatos.

No fim, tudo que eu quero é estar arrumada e confortável.

Engraçado que tem gente que não entende isso. Inclusive um namorado já ficou extremamente chateado de saber que eu já namorei um Loubotin, e se sentia mal, por ser um mero Usaflex.

Sabe de nada.



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Relacionamentos



 Rio, 08/10/2017


                Após um término de namoro brusco ontem, fiquei pensando sobre este relacionamento. Cheguei a algumas conclusões que eu não queria encarar, mas que acho que já tinha chegado há algum tempo.

                Existe um ditado popular que fala que temos que ser felizes sozinhos para depois podermos ser felizes com outra pessoa. Pois é, eu, dentro da minha prática espiritual, e dentro dos 5 anos que passei sem um relacionamento estável, aprendi a ser uma pessoa feliz. Não vou dizer que eu não queria ter um relacionamento, não é isso. Mas eu parei de esperar que isso acontecesse, e decidi ser feliz mesmo sem ninguém e sem fazer nada de especial. Decidi ser feliz agora simplesmente porque eu me amo.

                Algumas pessoas não entendem que estamos bem e com o passar do tempo, como não nos veem com ninguém, acham que tem alguma coisa errada, que nós precisamos nos relacionar. Isso se torna ainda mais grave para nós mulheres, afinal, o relógio esta andando, já passei dos 30, preciso arrumar um namorado que vire meu marido para depois eu poder ter filhos, não é isso o esperado de mim? Mas e se eu não estiver nem um pouco preocupada com isso? E se eu decidi não ter filhos pra não ter esse peso para carregar pelo resto da minha vida? E se eu decidi não me relacionar com qualquer um porque eu não sou qualquer uma? Bom, passei anos me amando e treinando isso, sou alguém muito especial na minha opinião, assim como você é a pessoa mais especial na sua opinião.

Não estou dizendo aqui que alguém é melhor ou pior que ninguém, estou falando de afinidades. Claro que todos acreditam que as melhores pessoas são as pessoas que são boas naquilo que somos bons, o que faz de nós as pessoas mais interessantes do mundo. Para alguém que acha que a coisa mais legal do mundo é dançar, as melhores pessoas não as que dançam, para quem gosta de beber, as melhores pessoas são as que vão acompanhar você no bar e tomar várias cervejas com você sem reclamar. E para uma pessoa que busca desenvolvimento espiritual, as melhores pessoas são as que buscam desenvolver-se também, e não são pessoas fáceis de achar.

Sou alguém que gosta de meditar, e de se aprimorar como ser humano. Busco desenvolver a minha mente e controlar meus impulsos. Não bebo nenhum tipo de bebida alcoólica e não uso nenhum tipo de drogas, não assisto TV e tenho hobbies de trabalhos manuais. Ninguém diz que eu tenho só 33 anos, às vezes pareço uma velha nos meus gostos. Também não dizem que tenho 33 anos porque parece que tenho 25 ou menos se levar em conta a minha aparência. Mas o fato é que a grande massa da população brasileira estaria fora do tipo ideal de homem para mim, afinal, se eu não bebo, quase não vou à festas, o que eu faço de legal? Preciso de uma boa companhia para ficar em casa sem fazer nada se for o caso. Mas quem gosta de fazer isso além de mim?

Como as pessoas não entendem o meu momento e não sabem que busco algo mais profundo do que uma festa ou sexo, um belo dia no trabalho, minha chefe disse que havia contratado um homem lindo e solteiro. Na mesma hora eu soube que ela estava dizendo aquilo para mim, então pensei “por que não? Vai que ele é um cara light como eu preciso”. Conheci o novo funcionário, 9 anos mais velho que eu, e não achei que fosse para mim. Tirei ele da minha lista e voltei a trabalhar e olhar ao redor quando ia a algum lugar novo para ver se achava alguém interessante.

Depois da chefe, veio a recepcionista. Falou que eu tinha tudo a ver com ele, que nós formaríamos um casal lindo, disse que era “cupida” e que ia resolver. Normalmente quando alguém tenta fazer essas coisas eu me recuso a ceder. Basicamente a recepcionista me fez não querer conhecer de jeito nenhum meu então colega de trabalho e atual ex-namorado. Sou muito teimosa, e o fato de ela querer “resolver isso pra mim” me faz pensar que ela duvida da minha capacidade de arrumar um namorado, como se eu fosse muito feia ou não tivesse nem um pingo de habilidade social. Então não dei a menor bola para o funcionário novo e continuei a minha vida.

Mal sabia e que a recepcionista estava fazendo a mesma coisa com ele, e ele estava topando. Um dia, ele precisou que eu o substituísse no trabalho, e deu um jeito de pedir meu telefone. Nos falamos pelo whatsapp profissionalmente, e começamos a nos falar mais no trabalho, até que ele me mandou uma música chamada “I’m free now”. Achei o nome da música bem sugestivo, ouvi várias vezes, peguei a letra na internet tentando achar alguma mensagem subliminar que ele disse que não tinha, como não sabia o que era a mensagem, não respondi nada, e no dia seguinte ele nem olhou pra mim. 

Assim começou meu namoro, com um ruído de comunicação que virou uma briga velada, e como eu não queria ficar mal com um colega de trabalho, eu entrei em contato com ele para me explicar e dizer que já tinha brigado com a recepcionista por ela se meter assim na minha vida e estragar o clima de trabalho. O contato fez com que ele falasse mais comigo, e logo estávamos conversando por horas, embora eu quisesse desligar para não parecer que eu estava dando confiança, afinal ele era meu colega de trabalho e eu jamais sairia com ele só porque a recepcionista achou que eu deveria.

Outras pessoas me aconselharam a sair com uma pessoa nova, eu não encontraria um namorado se eu não desse chance a ninguém, então eu me permiti conversar no whatsapp, e gostei. Quando ele finalmente me chamou pra sair, eu sabia que ele era meu namorado, como se ele fosse meu namorado há anos. Saímos, e no dia seguinte ele me chamou para sair de novo, e eu tive a certeza. No 3º dia, antes de estar namorando eu tive a impressão que ele seria o meu marido em breve.

Começamos a namorar depois de uma semana, e eu sentia como se tivesse namorado com ele a minha vida inteira. Ele vivia eufórico e apaixonado, e eu vivia um amor maduro, de quem já aprendeu a não depositar a felicidade nos outros. Foi lindo, intenso, perfeito por uns meses. Então ele trouxe à tona o tema “paixão”. Para mim, não é mais uma opção. Paixão nos tira do eixo, tira a nós mesmos do centro de nossa vida e coloca outra pessoa, e eu já havia amadurecido o suficiente para não precisar mais fazer isso, mas pare ele isso era essencial, era o momento que ele estava vivendo, e ao perceber que o que eu sentia era diferente (nem maior nem pior, apenas diferente), ele começou a sofrer muito. Achou que eu não correspondia aos seus sentimentos.

Durante esse um ano e 3 meses nós tivemos vários conflitos. Tínhamos interesses em comum, e interesses completamente diferentes. Ele dizia que queria arrumar uma namorada budista e vegetariana, e esse acabou sendo o 1º motivo que fez ele olhar para mim, no entanto, agora no fim do namoro, eu não vou mais ao templo budista e nem medito mais em casa, ele já me fez comer peixe e tentou me convencer de que o meu cansaço crônico era causado pelo meu vegetarianismo. Esse interesse em comum se desfez. 

Um dos primeiros convites que ele havia me feito foi para nós sairmos para patinar. Eu achei aquilo o máximo. Eu amava patinar quando era criança. Patinamos algumas vezes, até que e decidi comprar patins novos para mim e parar de usar os velhos que ele me emprestava da sobrinha. Comprei um patins lindo, que desenvolve super bem, e caí e quebrei o punho no primeiro dia. Quando tirei o gesso estava doida para patinar novamente com ele, mas percebi que eu não tinha controle sobre os patins. Eles eram muito bons, e eu não era mais tão boa quanto era com 11 anos. Fiquei com medo de andar de patins, apesar dele insistir. Topei algumas vezes com os patins emprestados, mas depois comecei a recusar, e mais um interesse em comum se foi.

Ele me pediu em casamento e queria que eu fosse morar na casa dele. Eu achei precipitado mas topei como um projeto. Resolvi então investigar sobre um apartamento que a minha avó tinha e que não estava alugado, minha avó disse que deixaria eu morar lá, minha família apoiou o relacionamento, e todos estavam prontos para comprar me enxoval, mas ele não quis ir para o apartamento porque considerou o local perigoso. Ele queria morar comigo, mas tinha que ser na casa dele, onde mal tinha espaço para ele, que dirá para mim e meus dois gatos. E assim, o nosso interesse em comum mais importante virou uma divisão. Ele alega que quer estar comigo em qualquer lugar e que eu estaria mais interessada em uma casa bonita do que na companhia dele, eu alegava que ele, por outro lado, aceitaria qualquer lugar menos o apartamento, então a única opção que sobrava seria a casa dele.

Essa divisão foi a nossa ruína. Brigamos várias vezes pela mesma razão, cada vez com uma cor e uma melodia diferente, mas o assunto era sempre o mesmo. Quem casa quer casa, e se ele queria casar comigo e eu com ele, onde nós iríamos morar? Onde ele já mora e eu não vou conseguir entrar e estar “em casa” ou onde eu arrumei, eu planejei, mas ele se sentiria na faixa de gaza? Um dos dois tinha que ceder, e por um ano eu cedi, e depois das brigas tudo voltava ao normal.

Não vou entrar aqui nos méritos das outras brigas, até porque, se quiser saber como foram todos os nossos problemas, eles foram 2. Ou ele era mais apaixonado do que eu ou eu queria mais uma casa do que o amor dele. Foram essas mesmas brigas por um ano, e como nada se resolvia, a gente adiava a briga, deixava o assunto guardado em algum lugar pra esquecer, mas o assunto sempre voltava.

Terminamos ontem depois de uma briga que começou feia, e quando ele não tinha mais o que dizer, começou a falar de seus fantasmas sobre meus antigos relacionamentos. Esse assunto me tira do sério, porque ele não me conhecia na época, então que eu tivesse vivido x, y ou z com outro namorado, isso não diz respeito à ele, mas ele me acusa de ter sido mais feliz com outro namorado do que sou com ele hoje. Mesmo que isso tivesse acontecido, não é um crime nem algo errado, e mais, de onde ele tira essas coisas? Coisas que nunca existiram? E me acusa de ter amado mais a outra pessoa do que a ele, sendo que ele não estava lá e não viu todos os problemas que e tive. Isso me tirou do sério, e como eu estou afastada dos meus treinamentos budistas, eu resolvi “chutar o balde”, alimentei todos os fantasmas dele, como a gente faz mesmo nas brigas, pra sair por cima. A gente pega a ferida do outro e joga o que tiver de mais ácido para doer mesmo, já que ele estava fazendo doerem as minhas feridas também.

Hoje passei um dia bom. Sinto falta do whatsapp dele (ele me bloqueou), mas fora isso, ainda não tive tempo de sentir saudades de verdade e ver o quanto vou sofrer com o fim de um quase casamento. Estou estável, triste mas de certa forma aliviada, porque a pressão de não amar como o outro acha que merece é muito grande, e estava me matando. Mas pensei muito o dia inteiro, e acho que estou bem porque eu realmente sou feliz sozinha, e não precisava dele para nada, nem para ser feliz. Engraçado é que isso era uma brincadeira nossa, ele queria ser um inútil na minha vida, para ter certeza de que eu estava com ele por ele, e não pelas utilidades que ele teria, mas quando eu não precisava dele pra ser feliz, ele se ofendia e dizia que eu não era apaixonada. 

Então hoje eu penso que ser feliz sozinha foi a melhor coisa que eu poderia fazer por mim mesma, mas também foi a ruína do me relacionamento, porque a maioria das pessoas não está preparada para esse tipo de amor. As pessoas confundem esse tipo de amor maduro com insensibilidade, mas são coisas bem diferentes. Se eu fosse insensível não estaria preocupada com ele agora, ainda mais depois de tudo que ele me ofendeu ontem, mas estou, porque realmente existia amor.

Minha conclusão é que para mim, a melhor coisa é a gente realmente aprender a ser feliz sozinha, mas o problema é que reduzimos muito o nosso universo de possibilidades. Nossos relacionamentos só vão dar certo com alguém que tenha conseguido evoluir como nós e ser feliz sozinho também. Existe felicidade com duas laranjas inteiras, e existe felicidade com duas metades formando uma laranja, mas descobri que infelizmente, não existe felicidade com uma laranja e meia. E que meu ex namorado me desculpe, eu não quero voltar a ser apenas meia laranja.

Maria Fernanda Carneiro Machado

 

domingo, 10 de setembro de 2017

Saudades de mim

Depois de uma manhã cansativa de não fazer nada, sozinha no quarto do meu namorado, resolvi acordar, preparar café e dar uma arrumada no quarto. Quando todas essas tarefas acabaram, resolvi aproveitar a internet do meu celular, sem pesquisar nada, apenas vendo o que vinha até mim, como promoções do dia da amazon ou os meus e-mails.

                Joguei fora e-mails falando de bolsas de estudos internacionais pensando “isso não me pertence mais”, depois fui vendo como recebo vários e-mails de assuntos que eu realmente gosto, mas que ficam lá, se acumulando para sempre porque nunca tenho tempo de ler (apesar de viver esses momentos de tédio e de um nada extremamente cansativo).

                Resolvi abrir um e-mail de um canal que eu assinei sobre yoga. Amo fazer yoga, mas acabo não fazendo quase nunca, e depois que comecei a namorar, faço ainda menos. O e-mail não era sobre yoga, mas sobre hábitos alimentares, que é outro assunto que eu amo. Não pude ver o vídeo porque estou sem internet, e só consigo abrir os e-mails, então dei uma estrelinha para lembrar de ver nas horas eu estiver em casa com o meu computador e a minha internet, assim como faço com as vagas de emprego que chegam para mim.

                Abri então um newsletter de um site que eu gosto muito e consegui clicar no link e abrir uma matéria (de novo só o texto), sobre água alcalina. Já passei dias pesquisando esse assunto, e cheguei até a colocar coisas na água que eu bebia, como deixar um limão aberto dentro ou um pingo de leite de magnésia.

                Fiquei com muita vontade de abrir o vídeo e tentar alcalinizar água, com vontade de pegar meu mat velho que está encima do armário e fazer uns asanas, mas não posso. (Okay, a yoga eu não faria de qualquer jeito porque eu fiz uma cirurgia mês passado e levei pontos na musculatura abdominal), mas eu também não faria a experiência com a água pelo fato de não ser a minha casa.

                De repente voltou na mina cabeça uma fantasia horrível que eu tinha tido mais cedo quando eu acordei.  Me senti no filme “o quarto de Jack”, como se eu estivesse trancada aqui, esperando o meu namorado chegar.

                Percebi então que não faço mais as coisas que eu gosto. Não escrevo mais no meu diário, não faço mais artesanato, não crio mais comidas diferentes, não faço mais coisas doidas no cabelo e nem pinto mais as minhas unhas. Atualmente, de todas as coisas que eu faço pra me distrair, a única que ainda tenho feito é ler, e mesmo assim, toda vez que sou flagrada com o meu kindle eu escuto alguma piadinha ou ironia.

                Foi então que uma frase se materializou na minha cabeça, como se outra pessoa tivesse colocado lá pra mim. “Estou com Saudades de mim”. E depois parei pra pensar... “Quando foi que eu deixei de ser eu mesma?” Essa pergunta trouxe à tona várias coisas que eu estou sentindo desde de manhã. Só posso ser eu mesma na minha casa, onde ser eu mesma não vai incomodar ninguém. E no contexto atual, acho que nunca vai acontecer.

                Estou com medo. Medo de não ser eu mesma e de ficar velha como algumas mulheres que eu conheço, achando que meu namorado “me deve” alguma coisa por ter “roubado” os melhores anos da minha vida, quando na verdade, fui eu que aceitei e escolhi estar aqui.
9/9/17
Maria Fernanda C. Machado



terça-feira, 3 de março de 2015

Filosofando sobre essa tal internet



Li um texto muito interessante sobre criação dos filhos. Logo depois fiquei decepcionada ao ler alguns comentários que foram feitos por leitores. Consegui elaborar para mim mesma uma definição para esse tal “espaço” chamado internet. Compartilho pelo simples prazer de compartilhar isso no meu blog que ninguém lê. 

Internet: Lugar onde cada um é livre para expressar sua opinião. Todos com necessidade extrema de atenção publicam coisas obsessivamente, como forma de buscar aprovação. No meio dessa salada temos opiniões de bosta sobre assuntos de bosta com linguagem de bosta aplaudida e compartilhada por mais mentes de bosta.

Quando temos um assunto interessante com uma opinião elaborada por alguém que se deu ao trabalho de pensar sobre tal assunto, todos que não alcançam onde o autor quis chegar se acham no direito de exercer sua liberdade de expressão sendo agressivos ou xingando os autores pensantes.

Não acho que todos devam concordar com textos bonitos com palavras difíceis, mas discordar é diferente de agressão verbal. E pra quem não sabe, liberdade de expressão vai muito além de falar palavrões e citar orgias sexuais nas letras de funk, liberdade de expressão inclui até o poder de fazer uma pessoa parecer burra ou se ofender sem ter que usar uma palavra agressiva.

Até que ponto a inclusão digital ensinou as pessoas a usar a internet?
Bjs
Fê 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Atualizações sobre a mochila de pet reciclado.

No post anterior eu falei sobre a minha nova mochila da marca Ciclo de Gaia. A mochila é linda e toda feita em tecido 100% pet reciclado. Para ler a primeira postagem clique aqui.



Minha primeira impressão quando ela chegou era de que o material era fraquinho, ou que poderia ter um acabamento melhor, mas continuo achando que a mochila é linda.


No primeiro dia de uso eu notei que ela estava com um defeitinho na alça. Uma linhazinha pra fora, que eu preferi arrumar com muito cuidado, porque foi uma mochila bem cara pra eu deixar a alça dela puxar fio. Puxei a linha pra dentro do tecido e o que ficou pra fora eu queimei com a pontinha de um incenso, não dá nem pra ver mais.



Bom, sobre o acabamento, realmente acho que poderia ter algum tipo de impermeabilizante, tipo uma termolina por cima do tecido, porque ele fica meio áspero, parece que tem uns pelinhos pra fora, e no 3º dia de uso já estava com umas bolinhas. A princípio esse foi o único problema o tecido, mas estou vendo uma diferença no tecido em uma parte onde ele fica dobrado com maior frequência. Acho que mais pra frente pode ser que fique desgastado muito rápido. (Obs: A foto das bolinhas
foi tirada hoje, ou seja na 3ª semana de uso descontínuo, porque a 2ª semana foi carnaval)



O que me deixou chateada é que a regulagem da alça quebrou hoje quando eu estava voltando do trabalho. O plástico simplesmente partiu. Eu uso mochilas desde que fui alfabetizada, hoje sou professora e continuo carregando livros, e eu não me lembro de isso já ter acontecido comigo. Tudo bem que eu costumo carregar muito peso (e hoje nem era o caso), mas o objetivo de usar uma mochila é esse, não? Se fosse pra levar só a carteira eu usava uma bolsa de mão, mas como tenho que carregar os livros de 4 turmas, levo tudo na mochila.


Como a mochila foi comprada esse mês, o correto seria eu pedir uma troca ou uma devolução, mas ela era filha única, e eu não quero outra. Fiquei na dúvida entre ela e uma de lona reciclada, mas escolhi essa, comprei, usei, agora eu quero essa. Rsrsrs Estou pensando em resolver o problema eu mesma.
Primeiro pensei em comprar a peça e trocar e passar uma termolina por minha conta, mas notei que o acabamento é todo interno, e eu não sou uma boa costureira. Estou pensando em levar a mochila amanhã no sapateiro pra ver o que ele pode fazer por mim.


Por enquanto a minha conclusão é que a mochila é linda, a ideia ecológica é muito boa, mas realmente não vale 150 reais. A do semestre passado que eu paguei 50 reais em uma papelaria e que não tinha marca nenhuma, arrebentou antes de terminar o semestre, mas nas 2 primeiras semanas ela estava ótima. Na verdade ela arrebentou com alguns meses de uso.

Sou super a favor da causa, mas não compraria de novo.

Bjs,

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mochila em tecido 100% pet

Oi Gente, ao contrário de tudo que eu já publiquei nesse blog, agora estou fazendo uma resenha de produto.

Já deu pra notar que eu entrei numa vibe mega natureba, estou viciada em produtos vegan. Eu não sou vegana, mas adoro a ideia. Acho que não sou vegana ainda. Mas sou uma ovo-lacto que não usa couro e está pesquisando cada vez mais as alternativas aos testes em animais.

Nessa minha vibe eco eu usei vários produtos da Gooc, que eu só tenho elogios a fazer. As bolsas e mochilas de lona são super resistentes, e olha que eu sou professora, hein? Eu carrego muitos livros todos os dias. Mas em vez de comprar uma mochila maior da Gooc, resolvi das uma chance para a marca Ciclo de Gaia.

Embora a empresa tenha produtos em couro (não achei isso legal), eles fabricam algumas bolsas e mochilas com tecido 100% reciclado de garrafas pet. Achei super ecológico e de origem não animal, então e comprei. Foi meio caro pra uma experiência, mas como eu não encontrei nenhuma resenha na internet, resolvi testar e fazer a primeira.

Estou prestes a ir para a minha primeira aula com mochila 100% pet, então tirei umas fotos pra lembrar de como ela era quando estava zerada.

Achei o tecido grosso, mas não me parece muito resistente, já imaginei a mochila rasgando, esgarçando, ou ficando cheia de bolinhas. Mas resolvi dar um voto de confiança para o tecido PET em vez da famosa lona e caminhão.

Vou usando minha mochila linda, quando puder observar alguma coisa que valha a pena comentar, eu continuo esse post.

Bjinhos



Para ver a 2ª postagem sobre a mochila clique aqui.
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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Amadurecendo?



Uma coisa estranhamente boa me aconteceu hoje. Resolvi, depois de muito tempo, dar uma de mulherzinha e passar creme hidratante no corpo.


Essa iniciativa só surgiu quando minha irmã olhou para as minhas pernas e apontou como a minha pele estava manchada (eu pisei num formigueiro no começo do mês, e as picadas não doíam mais, mas ainda estavam vermelhas). Pensei que o hidratante ajudaria, e aparentemente está ajudando sim.


Passei creme nas pernas, e quando cheguei ao bumbum tive uma surpresa ao notar que as minhas estrias estavam todas lá, intactas. É estranho isso ser uma surpresa, mas parece que eu simplesmente esqueci que elas existiam por vários meses.


Comecei a pensar sobre o fato, e cheguei à conclusão de que é mais fácil arrumar um namorado míope do que tentar tirar as estrias de lá. Ok, isso foi uma piada, mas se os caras que eu conheço estão ficando com o cabelo ralo, por que eu não posso me dar o direito de ter estrias em paz?


Não sei o que pensar sobre o meu novo ponto de vista, se estou amadurecendo, me tornando menos influenciável pela minha imagem, ou se estou ficando mais relapsa e preguiçosa no que diz respeito à minha aparência.

Maria Fernanda C. Machado

28/04/2014

sábado, 23 de novembro de 2013

O melhor feedback

     Hoje me aconteceu algo marcante. Fui pra o trabalho cobrir um colega pois não estou trabalhando aos sábados. Dei a primeira aula e ouvi minha colega dando aula para a minha antiga turma. Bati na porta e abri pra perguntar “Hello, How are you doing?” Para a minha surpresa, os alunos gritaram “teacher!” e levantaram correndo pra me abraçar. Fui agarrada por três pré-adolescentes que não queriam soltar e nem voltar pra aula deles.
     Depois disso, foi a hora de dar a segunda aula do dia. Eu já tinha dado uma aula antes nessa turma, e sabia que alguns alunos tinham dificuldade, por isso dei uma atenção especial para eles, e me surpreendi de ver como eles tinham melhorado em três semanas. Ao final da aula ouvi a pergunta “Você dá aula aqui sempre? ... Eu gostei de ter aula com você.”
     Essas duas perolazinhas do dia me fizeram pensar muito. Isso tem um gostinho bom que nenhuma outra área de trabalho dá. O gostinho de reconhecimento. Pensei, pensei e consegui elaborar isso melhor.
     Sou psicóloga e batalhei muito pra entrar na área de RH. Trabalhei um ano e meio com recrutamento e seleção, e poderia ter trabalhado por 30 anos, acho que nunca veria um chefe me chamar pra dizer que meu trabalho está muito bom, que as metas foram alcançadas e que eu estou de parabéns. Na verdade, a sensação que eu fiquei ao trabalhar em uma empresa foi de que feedback é sempre algo negativo, porque quando você é bom, não está fazendo mais do que a sua obrigação, como se o salário que você recebe fosse o elogio que ninguém te dá.
     Não estou dizendo que quando a gente dá aula o chefe e os colegas são bonzinhos, mas comigo, os elogios ao meu trabalho têm sido repassados para mim. Como psicóloga eu sei que isso é muito importante para a motivação de um profissional, e como pessoa, eu sei a falta que isso faz na hora de acordar cedo numa segunda-feira pra ir pro trabalho (o que agora não é mais o meu caso).
     Assim como os exemplos de hoje, percebi que tenho outros. Tenho alunos que chegaram no primeiro dia de aula falando que detestam inglês, que é uma matéria muito chata e que só estão no curso porque a mãe obrigou, e hoje em dia os mesmo alunos tiram as melhores notas da turma e falam a toda hora “Tia, inglês é muito fácil!”. Pais que falaram que tinham que arrastar os filhos para a aula, e que agora os filhos gostam de ir. Alunos que me pediram ajuda porque estavam mal e tinham realmente uma dificuldade, alunos que quase ficaram reprovados, e que agora estão acima da média sem precisar ajuda.
     Claro, como em qualquer lugar, nem tudo são flores. Tenho alunos bagunceiros, alunos que tentam desafiar a minha autoridade em sala de aula, alunos que acham que eu tenho que ter um dicionário na minha cabeça e alunos que não concordam com o meu modelo de lecionar. Mas aí sim, eu acho que isso pode ser considerado um tipo de feedback negativo daqueles que faz a gente repensar no nosso modo de trabalhar e crescer como profissional e como pessoa, muito melhor do que um chefe dando bronca e cobrando prazos.
     Me chamo Maria Fernanda, e nunca decidi ser professora. Sou formada em psicologia, trabalhei em RH e queria trabalhar com treinamento (tá, talvez já tivesse um tempero de teacher nessa minha escolha), mas como psicóloga não estava dando certo. Fui dar aulas pra não ficar parada, e hoje em dia acho que eu não trabalho na carreira que eu escolhi, trabalho na área que me escolheu.
Maria Fernanda C. Machado
23/11/2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sensação estranha



Ando levando uma vida bem sedentária e bem parada, eu admito. Isso não tinha me incomodado tanto até essa ficha cair hoje.

Às vezes acho que deveria fazer uma aula de pilates, outras vezes penso em comprar uma bike, meu pai acha que eu devo voltar a malhar... E no fim, nem yoga na minha casa eu faço.

Hoje é minha folga e eu acordei super tarde, o sol estava muito forte, e do nada me bateu a ideia de pegar meu short de corrida, botar uma blusinha ventilada, boné e tênis e sair correndo por aí. Fiz isso poucas vezes, mas agora o trânsito está todo desviado pelas ruas pequenas por onde eu andava. Não estou afim de carros passando e me observando, fora que se eu quero praticar um esporte o ideal é que eu saia do monóxido de carbono, né?

Tive outra ideia. Como hoje é sexta, pensei em pegar um ônibus e ir para o posto 8 da Barra mesmo (que deve estar habitável num dia de semana). Pensei em levar uma bolsa pequena só com o essencial e uma canga, esticar a canga na areia, fazer uns asanas e meditar um pouco, depois ia andando pro Barra Shopping, fazia uma gordice costumeira e voltava pra casa.

Não fiz porque a minha irmã me lembrou de um detalhe importantíssimo: Hoje é a abertura do Rock in Rio. Só tem um lugar que vai ficar pior do que a Barra, vai ser o caminho que eu faço pra ir pro trabalho em Vargem Pequena. Ainda bem que a minha irmã estava atenta aos detalhes.

Fiquei pensando onde eu poderia correr ou fazer yoga aqui por perto da minha casa, e descobri que eu posso correr na rua aspirando fumaça e fazer yoga no meu quarto. Não tem nenhum espaço aberto em Jacarepaguá pra se praticar esportes por conta própria. Não tem parques, as praças estão em obras (eu não faria yoga na praça mesmo). Mas os moradores ficam sem opção de se exercitar ao ar livre.

O dia passou e eu não saí de casa. Não concluí nada com essa historia. Estou me sentindo estranha, como se eu conseguisse perceber um pedido que o meu corpo me fez, e que os corpos todos fazem para as pessoas (mesmo que a maioria não note) e eu não posso fazer nada. Alguma ideia? Aceito sugestões nos comentários.

13/09/2013

Maria Fernanda C. Machado